Congresso Mundial Sindical, na Grécia, debateu mudanças no movimento sindical
3/04/2011
Congresso Mundial Sindical, na Grécia, debateu mudanças no movimento sindical
O coordenador-geral da APLB-Sindicato, professor Rui Oliveira participou do 16º Congresso Sindical Mundial realizado em Atenas, na Grécia, de 8 a 10 de abril. Ao final dos trabalhos, o secretário-geral George Mavrikos foi reeleito por unanimidade para o cargo, assim como o presidente Muhammad Shaaban Azzouz. Também foi eleita uma nova diretoria para o próximo mandato, na qual João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, assume o cargo de vice-presidente.
No total, a nova diretoria será composta por 40 membros, sendo que destes 16 são cargos de vice-presidente. Após ser reconduzido pelos delegados de 105 países, Mavrikos afirmou ter cumprido o dever que lhe foi designado, “pois decidimos ser soldados da classe trabalhadora na luta pelo desmantelamento do regime imperialista".
O professor Rui Oliveira afirma que o Congresso da FSM demonstrou na prática que a unidade da classe trabalhadora é, de fato, a melhor estratégia de luta contra os desmandos do capital. “Estamos acompanhando a crise mundial do capital, principalmente na Europa, mas vimos a disposição de seu povo em não aceitar pagar uma conta criada pelas instituições financeiras”, afirmou.
Organizado pela Federação Sindical Mundial, o congresso contou com a representação de 105 países e de mais de 800 delegados. Durante o evento, foi realizada uma leitura dos acontecimentos recentes enfatizando as mobilizações populares ocorridas no mundo, a exemplo do Egito, Tunísia, Argélia, Iêmen, Barein, entre outros, movimentos que eclodem em todas as partes do mundo para denunciar a agressão dos Estados Unidos.
Os representantes envolvidos no debate concordam que neste cenário, constitui-se de forma imperativa a construção de uma nova ordem econômica, política e social. Faz-se necessário responder a agressão dos EUA contra os povos oprimidos. Esse redirecionamento exige o realçamento dos laços de solidariedade e maior unidade da classe trabalhadora mundial.
Os sindicalistas percebem que a orientação neoliberal da sinais de declínio , embora tente impor, como de costume, o custo da crise para os países em desenvolvimento e, conseqüentemente, o ônus para a classe trabalhadora.Eles acordam que o imperialismo do Estados Unidos destila a sua “fúria” ao deflagrar uma verdadeira guerra cambial contra as economias que tentam se afirmar no contexto internacional.
A grave crise econômica mundial provoca profundas alterações na economia desde o seu anuncio em 2007. Tudo isso confirma o movimento cíclico de constantes crises vividas pelo sistema capitalista em toda a sua existência. Neste momento, identificamos seu estágio mais agudo e acentuado, no qual principalmente os países desenvolvidos encontram muitas dificuldades para sobreviver a sua própria construção e a retomada do crescimento.
“O Congresso, em Atenas, marca historia à medida que aponta para a radicalização da democracia, de maior abertura e maior participação de mulheres e jovens. A compreensão do conjunto do movimento sindical revela o quanto e imprescindível uma efervescência na sua estrutura e sobremaneira na orientação para suas bases, os sindicatos, seu termômetro e principal alicerce”, afirma o presidente da CTB-Bahia, Adilson Araújo.
Na análise do Congresso, é necessário unir cada vez mais a classe trabalhadora na solidariedade ao povo Palestino, Cuba, Venezuela, Equador, Bolívia, Iraque, fortalecendo a soberania destes países e defendendo o direito do povo decidir sobre seu presente e futuro. Entendem, também, que o movimento sindical deve denunciar as guerras imperialistas e a agressão aos povos, persistindo na luta pela paz entre todos.
Fonte:https://www.aplbsindicato.org.br/conteudo.php?ID=1135